sábado, 20 de novembro de 2010

FALANDO UM POUQUINHO DE MIM


Não sei como a gente escolhe como, quando e onde nascer. Mas fiz tudo direitinho.
Nasci numa magnífica manhã de verão no Rio e Janeiro, quase réveillon. Como eu queria: carioca da gema , morena e feliz.
Tão abençoada , que Deus me mandou pintar, desenhar, colorir meus caminhos e praticar essa arte deliciosa de se criar.
Tem sido assim, desde então.
Mas, coisa que não se explica, eu queria mesmo era ser jornalista. E então me  formei  jornalista, corri trás, batalhei, brinquei, amei, briguei, fui feliz, desbriguei, casei, ganhei, perdi, levantei, mas nunca deixei de desenhar e pintar.
Porém, como num papel almaço, na minha margem só existia minha arte. Eu, vivendo os dias da minha história, ora clareando, ora escurecendo, e ela ali, ao lado, de amiga.
Hoje é o meu trabalho. Que , como dizia Confúcio - mesmo sendo lugar-comum, eu repito -ninguém trabalha um dia na vida, quando se  ama o que se faz.
Cansei de escutar que fazer arte não é trabalho. Estes, estão sempre perdoados.
Adoro o que eu faço. Não viveria sem isso.
Às vezes passo um tempão sem desenhar. Nesses dias passo pela minha estante  e vejo minhas caixas de lápis, meus pincéis, minhas tintas, meus papéis ali quietinhos, me esperando com paciência e saudade, e me sinto um pouco culpada de não estar com eles em minha  prancheta, porque a vida  é muito curta. E eu tenho ainda um universo inteiro para colorir.

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